O poder da palavra: fala o que quer, diz o que não quer

O poder da palavra

Ou as palavras têm mais força do que você imagina!

A palavra certa na hora certa pode ser o sucesso (ou a derrocada) de uma comunicação. Exagerado? Bom, talvez. Mas o fato é que escolher cuidadosamente o que quer falar pode tirar você de um belo apuro.

Desde uma questão legal, passando pelo perfil de comunicação usado pela empresa em redes sociais e publicidade, conhecer bem as palavras postas “na boca” da sua marca é fundamental.

A coisa pode ir de um lado engraçado, como usar palavras que hoje já não têm mais o seu sentido original, mas que poderiam deixar alguns dos seus clientes de bochechas vermelhinhas de vergonha. Alguns exemplos abaixo:

Virilha: hoje, uma palavra supernormal, mas que originalmente era como se chamava a virilidade dos rapazes da Roma antiga

Esculhambar: cuidado ao esculhambar alguém; seja pela origem vindo de “colhão” (ou testículos) ou de “ânus” (repara lá na segunda sílaba da palavra – pois é), não é nada agradável de se fazer com os outros.

Babaca: continua sendo um xingamento, mas quanto ao seu significado, o buraco é mais embaixo. Basta dizer que “babaquice” significava “o gosto de focinhar a babaca” da menina. Captou?

Coitado: lembra o que significa “coito”? Bom, um coitado é uma pessoa que passou por isso aí. E não se divertiu muito…

Porrada: originalmente, uma “porra” era um bastão com um dos lados arredondadas e usada para bater em alguém. Daí a ser associada com o órgão sexual masculino é fácil de entender. O difícil é explicar como antigamente eram chamados de “porra” os cetros que autoridades da Igreja usavam em cerimônias.

Recuar: significa ir para trás, certo? Certo! Bom, presta atenção naquela sílaba do meio e entenda o que é que vai pra trás ao recuar.

Acuar: pensando no que foi dito acima, significa literalmente ameaçar a sílaba do meio de alguém.

Caralho: na contramão das palavras acima, esta é uma que ganhou má-fama de baixo-calão diferente de sua origem. Sinônimo de gávea, é o cesto localizado no alto do mastro de um navio. Como balançava muito e era o lugar mais frio da embarcação, mandar alguém para o caralho era querer o mal de alguém ou uma forma de punição.

Risadas à parte, nenhum dos vocábulos acima daria um problema sério na sua comunicação. Mas tem outros que, com o passar do tempo, tiveram o significado abrandado, mas com uma origem péssima. Sente o drama:

Denegrir: o sentido original dessa expressão é “tornar de negro”. Embora muitos digam que é exagero levar esse sentido ao pé da letra, a verdade é que o cunho racista continua permeando esta palavra e vale a pena evitá-la.

Judiar: é isso aí, “tratar feito judeu”. O antissemitismo de outros tempos originou este termo que sobreviveu até os dias de hoje. Corte-o de seu dicionário.

Dia de branco: a expressão vem da ideia de que dia de trabalhar duro é coisa de brancos; dando a entender que negros, índios e outros mais seriam preguiçosos e/ou incompetentes. Pode passar a borrachinha.

A coisa tá preta: se a sua situação estiver ruim, não diga jamais que ela está preta. A lógica preconceituosa que cunhou esta expressão é de que tudo o que é ruim vem ou é de negros. Hoje em dia, repetir este pensamento, além de ser terrível, pega muito mal!

Pode até parecer que a vida atualmente tá muito chata e que não se pode falar mais nada que já vem o “zé certinho” reclamar. Mas, passado o incômodo inicial de perceber as barbaridades do nosso idioma, convém fugir destas verdadeiras armadilhas idiomáticas e focar no que você quer realmente comunicar – sem duplos sentidos!

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